A aventura de se pegar taxi no Panamá.

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A América Latina, em grande parte, é uma diversão na hora de se pegar táxi (por assim dizer): em Lima, Peru, se deve negociar a tarifa; em Bogotá, Colômbia, fazer um calculo mirabolante para converter o fator do taxímetro em pesos; em Buenos Aires, Argentina, há de se identificar notas pra evitar te passarem notas falsas de troco… Agora, junte isso tudo, adicione uma pitada de transito caótico e um pouco de loucura e você obterá um taxista Panamenho!

Entender como funciona sistema de táxis da Cidade do Panamá, para um “gringo” (ou Brasileiro – onde os táxis funcionam de maneira ordenada, com taxímetro), é um desafio ao bom senso. E eu, morando aqui há quase dois anos, queria tentar ajudar os visitantes desta aventura.

Tenho que admitir que evito tomar táxi a qualquer custo. Para um residente, ter carro na Cidade do Panamá não é questão de luxo, mas item de necessidade básica. Só que, de vez em quando, a necessidade bate à porta, então a gente tem que se municiar de “jogo de cintura”, esvaziar o saco da paciência, tomar fôlego e ir pra rua…

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1)      A primeira regra universal dos táxis no Panamá é que o táxi não funciona como táxi, literalmente, mas sim como um ônibus ou outro transporte público de massa: leva um monte de passageiros de uma vez. Portanto se desnude de qualquer sentimento de possessão ou egoísmo, pois muito provavelmente seu táxi não vai ser exclusivo seu e você vai ter que dividi-lo com outros passageiros que o taxista vai pegando no meio do caminho. Isso é perfeitamente normal e aceito pelo Governo.

         Risco: Nem preciso dizer que isso aumente o risco de roubo, principalmente para mulheres sozinhas e em corridas noturnas.

         Oportunidade: conhecer pessoas e outros turistas legais durante o caminho!

2)      A segunda regra é que você não define a sua rota e nem escolhe seu táxi: o taxista é quem escolhe o passageiro e define a rota que ele quer fazer até o destino final. Então também é perfeitamente normal você querer ir do ponto A ao C, mas a rota do taxista ir somente até o ponto B, e, nesse caso, ele vai te rejeitar como cliente. Ou, ele pode até aceitar ir ao ponto C, mas antes ele pode querer passar pelos pontos D e E pra aumentar a chance de ter mais clientes e ganhar mais.

          Risco: o tempo de a sua viagem aumentar, diminuindo seu tempo de turismo/compras. Passar muito tempo debaixo do sol procurando táxi.

           Oportunidade: fazer um pequeno “city tour” pelo preço de uma corrida normal.

3)      A terceira regra é sempre negociar o preço! Não existe taxímetro no Panamá, teoricamente eles rodam com base numa tarifa fixa, por pessoa, definida pela Autoridade de Transito (ATT&T) que tem diferença de preço se o táxi roda dentro de uma determinada zona ou se faz ligação entre diferentes zonas. Mas eu confesso que nunca entendi essa tabela, são hieróglifos que não consigo decifrar (e milagrosamente os Panamenhos sabem o preço, pois eles não o negociam: falam onde querem ir, entram no táxi, pagam e descem). Se você vir alguém negociando preço com certeza será um estrangeiro que, como eu não entendo bulhufas da tabela de preços.

4)      Taxista, teu nome é tensão: Fique sempre de olho, taxista no volante é perigo constante! Literalmente eles acham que a rua lhes pertence: param em fila dupla, fazem conversão proibida, andam pelo acostamento… Tá certo que passar o dia neste transito caótico acaba com a paciência de qualquer um, mas tem muito taxista que simplesmente ri na cara do Código de Transito: sabe aquelas regras que existem pra ordenar o tráfego? Pois bem, eles fazem exatamente tudo ao contrário. Por isso o risco de se envolver em um acidente durante uma corrida de táxi é alto, use sempre cinto de segurança e cuidado quando for descer do carro!

5) Ser taxista é saber se virar. No meio da tua corrida o taxista pode parar pra abastecer, pode entrar no drive thru do Mcdonalds pra pedir um lanche, pode fazer um pit stop da loja de conveniência pra trocar o dinheiro pra trocar notas altas. Então, como diria a Marta Suplicy: “relaxa e goza”.

ImagemFoto por charlesharker.blogspot.com

DICAS PARA TURISTAS:

  •  Evite pegar táxi de rua à noite estando sozinho;
  •  Verifique se o táxi não é falso: táxis usam placa laranja na traseira, são sempre amarelos com faixa quadriculada na porta e devem ter o numero para placa gravada na porta;
  •  Ao pegar um táxi, anote sempre o número da placa do carro, se algo acontecer, você tem como fazer um BO (no pior dos casos);
  •  Sempre negocia o preço antes de entrar no carro. Aceite que os taxistas sempre vão cobrar mais caro de turistas, mas, mesmo assim, táxi aqui é muito barato (entre USD 2 a 5 dólares por pessoa, dependendo da distancia).
  •  Diga que você quer o táxi exclusivamente pra você, pague um pouco mais se preciso: sua segurança não tem preço!
  •  Se você estiver de grupo, melhor, pois não há risco de dividir táxi com desconhecidos, assim negocie uma tarifa completa para todos, e não por pessoa.
  •  Escolha bem o táxi. Busque táxis mais novos e, já que você vai pagar mesmo, exija o ar condicionado ligado!
  •  O táxi do aeroporto, na verdade, é uma van, e não um carro. Assim você pode escolher ter a van privativa pra você, ou dividir a Van com outros passageiros do aeroporto. Em Julho/2013, o preço individual do aeroporto as áreas dos Hotéis ficava em cerca de USD 30,00. Se dividir o preço pode cair até USD 17,00 por pessoa. Assim, talvez valha a pena reservar um shuttle com alguma agencia de viagens. Pesquise sempre!
  •  Em alguns lugares turísticos, pela distancia, você pode encontrar certa dificuldade para pegar um táxi de volta pro seu Hotel, eles são: Eclusa de Miraflores (canal); Calcada do Amador e Ruínas do Panamá Viejo. Assim pode ser melhor você pedir que o taxista te espere.
  •  A maioria dos táxis aqui são velhos e mal cuidados. Quase todos já bateram, por isso seja criterioso na escolha do seu táxi.
  •  tenha sempre notas pequenas (USD 1, 5 ou 10 dólares) pra facilitar o troco!
  •  Se ao invés de usar o táxi, você preferir ônibus coletivo, tudo bem! Mas tenha em mente que os ônibus não aceitam dinheiro, somente cartão recarregável vendido normalmente nos mercados e drogarias.

No final, sorria sempre! Um sorriso e um “buenos dias” sempre quebram o gelo! Vá com calma pois tudo que eles fizerem é coisa normal aqui, e não que eles vão estar de marcação com você. Por fim, ser Brasileiro ajuda: os taxistas adoram o Brasil!

ImagemFoto por panamarta.blogspot.com

6 comentários em “A aventura de se pegar taxi no Panamá.

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  1. Oi Anderson, estou planejando uma viagem para os EUA com uma escala de 14 horas no Panamá.O problema é que esta escala é numa segunda feira a noite, entre 17:30 – 8:00. Meus planos seriam de sair do aeroporto e ir para a área de Casco Viejo, onde jantaria e passaria a madrugada em algum barzinho. O problema é: os bares costumam ficar aberto até alta madrugada em plena segunda feira? Se sim, qual vc recomenda. Obrigada

  2. Ola Anderson tudo bem ? estaremos indo de ferias para um cruzeiro em novembro agora. e ficaremos 2 dias no panama. queria um indicação de empresa confiavel para contratarmos o translado e tambem para nos levar a passeios. via uma empresa chamada amber moon panama voc~e conhece ? Outra coisa você conhece o entre que leva até colon é possivel utiliza-lo estaremos em 6 pessoas com bagagens, mas achamos legal o passeio é mesmo ou não compensa ?

  3. Oi Anderson, td bem? Estou indo para Cartagena em 5 dias e farei conexão de 4 horas na ida e 7 hs na volta p/ o Brasil, voando Copa. Em 4 horas tenho tempo de fazer os tramites do aeroporto e ir conhecer o canal(eclusa Miraflores)? E na volta,7 horas são suficientes p/ Casco Antigo e talvez Metromall? Li que ha muitos engarrafamentos, mas gostaria de poder aproveitar alguma coisa da cidade. O que me recomenda? Outra dúvida é sobre a vacina p/ febre amarela: continua somente uma recomendação ou esão solicitando comprovantes? Agradeço muito qualquer ajuda que puder me dar!
    Abçs, Vania

  4. Olá, estaremos indo.em 5 pessoas para punta cana em Março em Março ficaremos 24h no Panamá, estamos com vontade de locar um carro no aeroporto para nos locomovermos, é muita loucura ou dá para encarar?

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